São raras as situações na vida nas quais nos deparamos com sensações tão intensas e reveladoras ao ponto de acharmos que atingimos a iluminação, algo místico, transcendental, que nos eleva ao nirvana. É assim que eu descreveria a Thereza ao se ver diante de uma garrafa de Champagne, um momento digno de registro rs. Seja num evento, onde esse líquido precioso é servido, seja em casa, quando ela me permite degustar escassos ml, com um olhar singelo que diz “é só isso que você vai beber”, ou em viagens nas quais, anos depois ela ainda consegue descrever os locais onde degustamos. A verdade é que Champagne de fato é algo espetacular, uma poesia engarrafada.
Então, poesia à parte, esse post é uma ode à Thereza e aos 11 anos do Fashionismo, pois falarei sobre os seus Champagnes favoritos, do mais básico (champagne básico é difícil) ao mais sublime, reservado à ocasiões mais que especiais. E todas as fotos do post são do dia da nossa visita à cave de Moet/Dom Perignon em Épernay (mais precisamente na Avenida do Champagne rs), região de Champagne na frança e teve post aqui.
Primeiramente, é importante lembrar que para ser considerado e denominado como Champagne, a bebida tem que ser produzida na região de Champagne, pelo método champenoise, que consiste no processo de produção no qual a segunda fermentação é realizada dentro da garrafa, o que proporciona cremosidade e aromas muito característicos, como o de torrefação e até um certo amanteigado. Entretanto, mesmo que um espumante seja produzido pelo mesmo método champenoise, não quer dizer que ele seja Champagne de fato, a não ser que tenha sido feito na sua região de origem.
Na prática, todo Champagne é um espumante, porém nem todo espumante é Champagne. Espumantes são produzidos em todo o mundo com nomes variados, como Prosecco na Itália, a Cava espanhola, no Brasil temos um nível de excelência na produção desse tipo de vinho (que não deve em nada para muitos importados), mas nenhum pode ser chamado de Champagne, independente da qualidade, é questão legislação mesmo. Aqui tem um post completo sobre o assunto.
E por que a Thereza ama Champagne? Garanto que não é pelo status da bebida, sempre presente em eventos de moda e red carpets, mas sim, pelo sabor característico que ela possui. Mesmo não sendo algo que nós, meros mortais possamos degustar todos os dias por causa do $$$, é digno de ser apreciado em algumas ocasiões. E aproveitando o momento mindfullness que ela está, acabou aprendendo como aproveitar cada momento, cada gota na mais pura contemplação, ótimo para a garrafa durar mais!
Sem mais enrolação, vamos aos champagnes que a The mais ama, logo, altamente recomendados pra quem também curte o universo:
Moet & Chandon: Nossa primeira experiência com a bebida foi com conhecidíssimo Moet, então é fácil afirmar que o apelo emocional é grande. Há 10 anos estávamos num restaurante e confesso que na época não tínhamos muita noção, pois assim como muita gente, achávamos que tudo era Champagne e que Chandon e Moet Chandon eram a mesma coisa.
Pois bem, eis que surge o sommèlier e nos oferece uma garrafinha baby (187ml) de Moet que o restaurante estava promovendo. Ao primeiro gole, nossa visão de mundo mudou! Eu ainda lembro do olhar de contemplação da Thereza ao comparar a mineralidade e salinidade da bebida com as lágrimas de um querubim kkk (cada k é um perlage). A partir daquele dia, sua vida nunca mais foi a mesma e os nossos bolsos também, quando veio a conta achávamos que seriam poucos 2 dígitos, mas surpreendentemente viraram quase 3.
Piper-Heidsieck: Outro Champagne que conversa com os nosso sentimento, afinal, foi a bebida do nosso casamento! Ele traz o lado mais cítrico dos Champagnes com aromas de limão siciliano e toques minerais. Encantador!
Perrier Jouet: O que define esse Champagne é a cremosidade. Tem menos aromas de leveduras e mais notas frutadas, como de pêra madura e maçã verde. Delicioso na boca, cheio de fruta, perlage finíssimo e um final persistente e amendoado. Tipo de Champagne que não tem erro e que vale o investimento.
Canard-Duchêne: Não muito conhecido do grande público, esse Champagne tem uma pegada mais artesanal, estilo de boutique. Mostra todos os traços que caracterizam um Champagne. Aromas de torrefação, tostado (Thereza ama), flores e um sabor de frutas maduras e gengibre. Elegante e com boa complexidade.
Nicolas Feuillatte: Outro néctar incrível pra quem gosta de um estilo mais moderno. Aromático, exibe notas de pêssego, especiarias, frutas secas e até aquele saboroso toque de brioche característico dos grandes Champagnes. Mesmo sendo um dos Champagnes mais vendidos na França, por aqui não encontramos em qualquer lugar, mas vale procurar, pois comparados com marcas com forte apelo de marketing, ele tem um bom custo x benefício.
Dom Perignon: Reservado para ocasiões mais que especiais, esse é um ponto fora da curva quando o assunto é Champagne. Folclórico e cheio de história, é tido – com certa controvérsia – como o primeiro vinho espumante do mundo.
Diz a lenda que foi produzido acidentalmente pelo monge Dom Perigon que ao produzir um vinho branco vedou a garrafa com cera de abelha. Com o tempo o açúcar da cera entrou em contato com o líquido e aconteceu a segunda fermentação. Com a pressão, as rolhas das garrafas começaram a explodir e o sortudo monge percebeu que o vinho tinha ficado efervescente. Pensando que havia perdido toda sua produção, experimentou o até então desconhecido champagne e disse a célebre frase “Venham rápido, irmãos, estou bebendo estrelas”. E é essa a definição de quem bebe esse champagne.
Dom Perignon é um vintage, ou seja, produzido com uvas de um único ano, por isso tem a safra estampada no rótulo. Feito apenas em anos perfeitos, ele impressiona pelos diferentes sabores que cada safra proporciona. Mas o que importa é a elegância inquestionável, o perlage que parece um mousse e seus aromas amanteigados, salinos, de frutas brancas, flores avelãs, mel e mais um monte de coisa. Lembro de uma safra que tomamos que parecia que estávamos saboreando ostras frescas de tão mineral que era. Claro que é investimento não dos mais baratos, mas é uma experiência sensorial. Para a Thereza, pelo menos uma vez ao ano, ela precisa beber estrelas!
Espero que tenham gostado da nossa seleção de champagnes pra celebrar – mesmo que seja textualmente – a semana dos 11 anos do Fashionismo! E você, tem algum champagne favorito?!