Moda, Viagem  •  05 ago 2023

Dica de hotel em Petrópolis: Casa Marambaia

Na última vez que curti férias escolares de julho, o ano era 2000 e eu estava no 3o ano colegial. Atualmente não sei como se chama essa série, mas minha filha, aka Toddler Afternoon, entrou de férias e precisei fazer algo.

Confesso que não estava muito empolgada em pegar avião #perrengue, então o destino foi subir a serra carioca e aproveitar alguns dias num dolce far niERROR… viajar com criança pequena é trabalho duro, mas tão lindo o brilho nos olhos dela ao receber o créc de um cisne *história verídica*.

A vida da classe média carioca sempre se resumiu a Região dos Lagos x Serra x Angra. E em toda minha vida sempre fui #TeamRegiãodoslagos, afinal, há mais de 30 anos temos casa em Saint Pierre de la Village rs, mas acho que a maturidade me fez fugir do caos do Canal de Cabo Frio e da Rua das Pedras para ir em busca do frio e de uma alternativa infantil!

E a primeira coisa que pensamos pra uma criança curtir no inverno? Hotel Fazenda! O que pra mim é o verdadeiro caos, pois eu sempre tive aversão a esse tipo de programa, mas mais uma vez a maternidade dando uma banda e me fazendo adaptar gostos e roteiros.

Mas eu, que não sou nem boba nem nada, busquei o equilíbrio mãe & filha (ok, e o marido no meio) e não é que encontrei um ótimo lugar, e o principal, senso comum entre todos?!

Conheci a Casa Marambaia logo que abriu, em meados de 2021 e da pandemia, e logo me impressionei pela casa majestosa em meio à mata atlântica e aos pés da Serra dos órgãos. Mas arquitetura e paisagismo à parte (paisagismo de Burle Marx, vale dizer), me impressionei com o elenco responsável pelo menu do restaurante do hotel: Roland Villard, chef do Le Pré-Catelan, um dos meus restaurantes favoritos da cidade que ficava no Sofitel, agora Fairmont, e David Mansaud, chef do Copacabana Palace. Uma dupla de peso que subiu a serra definitivamente pra chancelar o hotel.

Daí que nesse período pensei várias vezes em me hospedar, seja pra um final de semana romântico ou para um dia na serra, mas nunca rolava. Eis que com as férias da Maria Eduarda e na iminência de uma viagem em família, pensei, por que não uma viagem pra Serra?! E assim agendamos algumas noites no Hotel.

Vale dizer que não é um hotel barato, mas agendando com uma certa antecedência (reservamos em maio), o preço estava até razoável e condizente com a experiência. E ainda escolhemos durante a semana, o que ficou mais barato ainda rs (ok, ainda que caro). Fizemos tudo via Booking.com e conseguimos uma boa tarifa com café da manhã incluído.

Sobre o hotel

Provavelmente um dos hotéis mais bonitos que já fui na vida. A arquitetura, datada de 1947, é fantástica, elegante, e com cara de fazenda chique de Manoel Carlos. A decoração obviamente foi toda renovada e alguns dos novos móveis ficaram a cargo de uma loja também em Itaipava, chamada Maria Maria (falarei mais a frente). 

Os quartos são bem espaçosos, aconchegantes e com uma varanda de vista insuperável. Os amenities Trussardi são ótimos e ainda foram muito atenciosos em oferecerem mini amenities da Turma da Mônica pra Duda e também mini roupão e toalha infantil com capuz. Impecabilidade digna de Jayme Drumond aka Carioca no Mundo.

Minha única pequena observação na parte de quarto fica por conta do chuveiro que deveria vir com manual de instrução, tamanha complicação pra conseguir equilibrar a temperatura da água! Sem contar que gasta muita água. E também na parte da TV, muito difícil ter acesso aos canais básicos, tudo deslogado e no meio da viagem precisei usar minha HBO pra conseguir ver algo. Solicitei ajuda duas vezes e não rolou. De todo modo, muito pouco usei tv, mas ainda assim.

Atividades disponíveis

O hotel é praticamente um resort com atividades que ocupam sua agenda o dia todo! Tem uma piscina maravilhosa (que não usamos pois não era aquecida), mas tem uma piscina no spa, aquecida e ótima. O SPA é incrível e fiz uma das melhores massagens da vida (e não é das mais caras, R$180/h).

O hotel tem uma Fazendinha bem próxima (dentro do Condomínio mesmo) e que fomos num carro bacana dirigido por um dos funcionários. Nesse mesmo carro podemos ir até à Cachoeira, que não fomos, pois parecia que ela estava vazia, mas é um bom passeio. Tem também quadras de tênis, beach tennis, basquete e um mini parquinho (poderia ser maior). Tem também orquidário, redário e uma praça do fogo com uma linda lareira que você pode comer marshmallows ou beber vinho.

Mas o melhor mesmo do hotel é a área verde abundante. O lago com cisnes, patos e marrecos, as pequenas (e grandes trilhas), piscina de água natural e, no final, um mural lindo de Burle Marx que coroa um paisagismo deslumbrante e sem igual!

Seus jardins são feitos para estarem sempre floridos e lá não é diferente, de flores e plantas nativas, passando por lavandas e até capim dos pampas, essa sensação de estar em meio à natureza é gratificante e lá na Casa Marambaia é acima da média. SURREAL de lindo.

A gastronomia

Eis minha parte favorita, a comida! Altas expectativas e, confesso, cá entre nós, esperava um pouco mais. Veja bem, a comida é boa, mas esperava algo divino, dada toda chancela dos nomes envolvidos na criação do cardápio e também do hotel 5 estrelas em si.

Pro primeiro jantar, recebemos um simpático convite do hotel, daí escolhi um cordeiro confitado e que estava invariavelmente gostoso e o Rodrigo foi de polvo, que estava bom (no almoço ele havia comido uma lasanha que, segundo ele, era bem comum). De sobremesa, dividimos um crepe suzete, que era só uma panqueca. Não que esperássemos a pirotecnia tradicional da famosa sobremesa, mas estava apenas ok. Mas o que me incomodou mesmo foi o atendimento inicial, digamos assim, não muito simpático (e olha que eu estava de convidada rs imagina se não estivesse :/), acho que em parte por eu ter levado uma garrafa de champagne minha, o que parece não ter agradado, acabei ficando desconfortável. Até aí tudo bem, poderia ser impressão minha.

Na segunda noite, a *falta de simpatia* se repetiu e, talvez de forma até pior. Não é só uma ~seriedade, o que eu não me incomodo, mas foi papo de virar as costas quando cheguei para falar sobre minha reserva (o restaurante estava 80% vazio). Foi tão incômodo, que eu tive que sair do local e esperar o Rodrigo do lado de fora quase chorosa (ele não presenciou nenhuma vez, pois nas duas noites ele estava no jardim colocando a Duda pra dormir, o que corrobora mais com o fato dessa antipatia ter sido só comigo *mulher*)

Passado isso, com o suporte de outros funcionários simpáticos, nessa segunda noite escolhemos um Fondue feito no brodo, sem gordura. Achamos super diferente, mais leve e ainda que saboroso. Na 3a noite, pedimos um hamburger no quarto mesmo e assistimos “And Just Like That”.

Resumidamente falando sobre a experiência gastronômica: considero esse entrevero com o funcionário como algo pontual (ainda que tenha acontecido duas vezes), mas um restaurante de luxo de um hotel 5 estrelas carecia não só de mais formalidade e uma certa pompa, mas talvez de uma hostess na porta para orientar. Mas o que importa é a gastronomia e achamos ok. Gostosa, bem feita, mas esperávamos mais, talvez até na variedade, pois é um cardápio bem compacto, tão compacto que nos outros almoços fomos comer em Itaipava. E também vale dizer que o menu de vinhos é pequeno, estava com alguns rótulos em falta e carecia de opções em taça. O que pra gente foi ok, pois trouxemos vinho de casa e eles, gentilmente, nos liberaram da taxa de rolha, ainda assim, gostaríamos de ter provado até mesmo vinhos locais, o que seria uma boa oportunidade.

De todo modo, é uma comida boa, talvez a gente que tenha criado expectativa demais. Agora vale dizer que aos finais de semana há uma maior variedade no cardápio, como carnes, feijoadas e pizzas. 

Resumo da viagem

Voltaria pro hotel? Com certeza absoluta, ainda mais sabendo que está havendo uma reformulação no cardápio. Mas o local, a elegância da casa, conforto dos quartos, beleza capotante dos jardins e da paisagem em geral, definitivamente tudo isso me faria voltar mais vezes! Só pensaria em voltar no final de semana, provavelmente com o hotel mais cheio e com mais atividades.

Ainda assim, é um hotel incrível, um luxo carioca na serra e o que faltava pra quem busca por esse equilíbrio entre natureza, conforto e elegância, não à toa foi eleito um dos 5 melhores hotéis de serra do país.

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