Moda, tv  •  11 jan 2022

Em defesa de Emily in Paris

Atrasada, sim! Justiceira, também!

O seriado da Netflix, Emily in Paris, é um ESTOURO há 2 temporadas! Um dos seriados mais vistos e repercutidos da plataforma, ganhou ontem mais 2 temporadas e, quando postei no Instagram que adorava essa patacoada, muita gente interagiu praticamente se libertando e sentindo aliviada por alguém ~publicamente também gostar.

É que vocês sabem, EIP é praticamente um guilty pleasure, um verdadeiro “fale mal, mas fale de mim”, afinal, o figurino é altamente criticado, o roteiro e plots não são lá dos mirabolantes, a atuação em alguns casos é caricata e ainda tem várias questões de costumes que ferem os franceses. Dito isso, falarei o que me cabe: moda!

Emily in Paris tem tudo que eu amo num seriado: roteiro superficial, cenário incrível e moda. Mas se por algum momento esperamos figurinos à la Carrie Bradshaw ou Blair Waldorf, estávamos redondamente enganadas. E tudo começa por aí, a expectativa.

Emily Cooper não nasceu em berço esplêndido, ela é uma autêntica garota do meio-oeste americano, não é cosmopolita, mas é deslumbrada com o seu trabalho no mercado de luxo, logo, um maior envolvimento com marcas e dinheiro. Já disse uma vez que se inspira em Serena van der Woodsen e certamente aquele episódio em Paris de GG norteou o pensamento dela… e da figurinista.

Corta para Patricia Field, responsável pelo figurino da série e que ganhou fama por um “criar” outra autêntica fashionista, Carrie Bradshaw e seu squad de Sex and the City. A lendária Pat se entregou de corpo e alma ao hit da Netflix e em entrevista defende com unhas e dentes a personagem e a atriz, Lily Collins.

Ela revela que de fato a personagem é carregada na tinta, exagera nas cores, mistura marcas contemporâneas com acervo vintage, ousa nos shapes e proporções. Conta ainda que, se Carrie tem Manolo, atendeu ao pedido de Lily e inseriu Louboutin como o favorito da personagem. Agora o xodó da figurinista são as luvas usadas por Emily que, segundo a própria, é fazer acontecer um item fashion renegado e que caiu em desuso (nota: Patricia tem uma linha assinada de luvas à venda).

E é nesse cenário todo que entra o lado lúdico, caricato, óbvio e ainda surpreendente: o figurino de Emily, uma menina deslumbrada, ainda que ingênua, mas muito da talarica não seria perfeito como o de Carrie ou da própria Serena. O charme nela está no fashionismo explícito, que beira ao engraçado e confirma a cafonice, mas vamos confessar, adorável cafonice.

Eu adoro o seriado justamente por ser exagerado, despretensioso, por ter uma moda quase dopamínica sem antes a gente imaginar que precisaria dessa válvula de escape em tempos de pandemia. As 2 temporadas foram no auge do terror covid em que vivemos, daí querer levar a sério apenas um seriado juvenil de super produção e baixa expectativa… é pedir de mais!

Muita gente falou até que Patricia Field tinha perdido a mão e a razão, mas tenho pra mim que foi tudo calculado já para a temporada 1 e, dado o sucesso e repercussão, a 2 veio igualmente forte e exagerada. Confesso que gostaria de ver uma evolução de estilo da Emily, afinal, meses se passaram em Paris, mas ela segue oscilando entre um look Chanel e uma legging qualquer.

Agora se acham que Pat não é mais a mesma, que nada, ela prova através de SYLVIE e CAMILLE que seu bom gosto e reprodução fidedigna do estilo parisiense seguem intactos. Em entrevista, ela contou que recorreu à profissionais de figurino franceses para fazer jus às escolhas e o resultado a gente vê e AÍ SIM admira duas mulheres legitimamente estilosas.

O sucesso do seriado foi tanto que no meio disso tudo ressurgiu ‘And just like that’ e nada de Patricia fazer serão em 2 produções, a figurinista optou por ficar em Paris e fortalecer a essência de Emily e sua turma!

 

 

Anterior
Próximo
Comente Aqui

4 comentários em "Em defesa de Emily in Paris"
  1. Manoela
    12 jan 2022 // 10h36

    Pois eu dou a mão e saio pulando por aí com orgulho! A série é muito gostosa e sinceramente eu amo amo o figurino! Até as luvinhas alá Ana Maria Braga tem a licença poética na história.
    Doida pela 3 e 4 temps!

    • Maria Cristina Da Costa Rodrigues
      13 jan 2022 // 12h29

      Amo!! Indico e vejo mais de uma vez cada temporada! Dá pra rir, se emocionar, vibrar e ver Paris ao fundo. Quer coisa melhor?? Pura cor em tempos de tristeza!!

  2. Francisca Alves da costa
    13 jan 2022 // 13h33

    Adorei à série criativa, sorridente à protagonista simplesmente Mara,aguardando ansiosa à 3 temporada

  3. Fabiana
    14 jan 2022 // 16h19

    Concordo em partes. Emily na minha opinião é o futuro da moda. Consigo enxergar sua essência no seu modo de vestir, isso sim é MODA, chega de modismo. O mundo pede autenticidade, “pregar“ sobre moda é incentivar a autoestima alheia. Emily apesar das críticas é autêntica e nos faz apaixonar por cada detalhe fashion. Patrícia novamente comprovou que é uma Rainha Midas