Moda, Pense  •  12 out 2014

Celebrando o monograma da Louis Vuitton

Na história da moda não há nada mais unânime em dizer que o monograma da Louis Vuitton é o mais famoso, respeitado e reconhecido do mundo. Criado em 1896 (!!) por George Vuitton (que viu no monograma uma forma de homenagear seu já falecido pai, o Louis), ao longo desses 118 e 3 séculos, é motivo de desejo, luxo, história e um quê ostentação. Tem períodos de glória, é copiado mundo afora e até rejeitado por alguns, mas sem dúvida, não há simbolismo fashion maior que esse monograma (na foto abaixo, sei primeiro desenho).

louis-vuitton-first-monogram

E depois da geração Marc Jacobs, a marca busca renovar-se, encontrar novos projetos e a sua mais recente parceria é algo bem ambicioso: ‘The Icon and The Iconoclasts: Celebrating Monogram”. A ideia da louis Vuitton foi chamar artistas de diversas áreas para recriarem – subverterem, desconstruirem, tudo com carta branca – seu símbolo maior, o monograma.

celebrating-monogram-lv

E o legal disso é que além de designers e arquitetos, LV convidou “colegas” de trabalho, como Karl Lagerfeld e Christian Louboutin. Quem disse que há concorrência feroz no mercado? Acho que num caso desse a união faz a força e o resultado pode ser surpreendente, afinal, é sempre interessante ver a visão que um gênio tem sobre outro. A coleção será lançada no dia 15/10, mas essa semana já saiu o video oficial da campanha, bem como as primeiras imagens.

Entre modelos como Freja Beha, Liya Kebede e os próprios artistas posando com suas criações, a coleção chega com uma expectativa de sucesso no mercado, não só pela ousadia, mas também pelo apelo dos designers em si, eu já me peguei desejando um modelo bem específico e especial! Mas observem cada um dos 6 artistas e suas artes.

iconoclasts-louboutin-lv

Christian Louboutin sem dúvida colocou sua marca registrada, o vermelho, na coleção e o resultado foi ousado e criativo, como o designer. Além da bolsa, com detalhes em vermelho e spike (outro material que já vem se tornando característico dele que, mesmo depois da ~moda~, permanece em suas coleções), Christian desenvolveu um carrinho de compras, a ideia era remeter um item super daily french, de uma forma super fashion.

O resultado foi um carrinho rico (aguardem o preço na última montagem), com uma estética LV, logicamente, representada pelo monograma, mas espcialmente por detalhes que rementem o estilo do Loubi, do interior temático, passando pelo detalhe que “segura” o carrinho, repararam? Charmosíssimo!

iconoclasts-karl-lagerfeld-lv

E Karl Lagerfeld parece que segue no momento #projeto…karl!  Para sua linha, o estilista da Chanel, buscou objetos de desejo fora do óbvio e o que desejamos mais que um kit malhação grifado? :o Pois bem, Karl desenvolveu uma  ‘estação de luta’, com um saco de box, junto a isso a luva mais fashionista do mundo e tudo num mega baú Vuitton, o preço? Só sob consulta, afinal, serão apenas 25 desses no mundo. Para a vida mais real – e fashion – uma bolsa de verdade que tem um quê de saco de boxe, mas é bem usável!

iconoclasts-lv-designers

E se alguém tinha dúvidas da força da mochila no mundo da moda, parece que ela persiste e mais pop que nunca. O aclamado designer industrial, Marc Newson, desenvolveu uma mochila em 3 corese que mais que design, ela preza pela funcionabilidade e simplicidade.

A estilistA japonesa, Rei Kuwakubo (criador da Comme des Garçons),  apostou na ousadia e provocação e desconstruiu uma das bolsas mais clássicas da marca, criando rasgos dramáticos no modelo. Já a fotógrafa e diretora, Cindy Sherman, recriou o icônico estúdio-baú, com cores ousadas e detalhes que remetem sua história. Cindy também fez uma bolsa, com as mesmas aplicações.

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Agora não tem mistério que Frank Gehry produziu meu item favorito, afinal, ele é meu arquiteto favorito :) Quando postei a foto  no Instagram todo mundo falou que essa bolsa dá muito TOC kkk mas eu achei ela incrível, literal e representação máxima do seu estilo arquitetônico.

Pra quem não conhece bem, Frank é famoso justamente por subverter as linhas, brincar com movimentos e fugir do óbvio, lá no Decorismo estendi a conversa e compartilhei suas principais obras e que remetem a tal bolsa!

 iconoclasts-shop-price-bags-louis-vuitton

Agora falando sobre preço, ouch, sei que o nome do designer aliado à Louis Vuitton multiplica qualquer cifra, mas não sabia que seria tão radical assim haha Se a bolsa do Frank fosse mais na média da marca, acho que seria até um boa homenagem (imagina você chegando na faculdade e colocando seus Caran D’Ache, esquadro e faca olfa dentr? haha #aquelas). Agora o que eu acho que poderia ser bem usável é essa clutch do Louboutin, poderia ser vendida fora do carrinho, que tal?

No final das contas, achei uma parceria mais que interessante, surpreendente e essa moda poderia pegar! Tipo veríamos Alexander Wang para Chanel, Francisco Costa para Dior, Michael Kors para Givenchy, umas parcerias bem loucas e que no final fugiriam do óbvio e fariam da moda um lindo lugar para se admirar :)

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14 comentários em "Celebrando o monograma da Louis Vuitton"
  1. Natti
    12 out 2014 // 19h53

    Só pode ser pegadinha isso, estes designers quiseram prejudicar a LV, pq essas bolsas tao horrorosas! A pior de todas é a do Lagerfeld, I mean, jura q foi isso q vc criou Karl? O homem, o mito? A unica usavel é a do Louboutin, mas zzzzzzz chatinha e igual a outras. O Gehry fez uma imitaçao koreana original, ai…. Parece aquelas q vc compra na 25 e depois deixou no sol e entortou. Saudades do Marc Jacobs.
    Tristeza

    • dai
      13 out 2014 // 09h32

      Concordo com você Natti, prefiro Le Postiche hehehehe :)

    • 13 out 2014 // 12h40

      Nat, acho que mais que consumo, o desenvolvimento dessas peças envolvem arte e um simbolismo. De fato o carrinho de compras provavelmente será usado por uma Anna dello Russo da vida, mas as peças do dia-a-dia achei bem charmosas, principalmente a ~imitação koreana~ do Frank Gehry haha coitado dele

    • Natti
      13 out 2014 // 20h37

      Poxa the, eu achei q foi exatamente isso q faltou, arte e simbolismo. Achei q faltou conteúdo. A unica excessao é a do Gehry, essa é arte, mas é feia.

    • Natti
      13 out 2014 // 20h42

      Ps: a do loubie vai ser sucesso em Londres, onde o povo vai trabalhar de metrô levando mini malinhas assim pra nao pesar nos ombros…

  2. 13 out 2014 // 07h51

    Faltou o preço (sob consulta, chorem) do conjunto para boxe, com os sacos e a caixa que o envolve :( #moneytalks

  3. Gabriela Zuri
    13 out 2014 // 10h20

    Rei Kawakubo é mulher! =)
    “A estilista japonesa”
    =)

    • 13 out 2014 // 12h40

      jura?? passada! :o
      tks por avisar :**

  4. Gabriela Zuri
    13 out 2014 // 10h34

    E pra quem não entende muito.. enfim…
    Acho interessantíssimo como os designers interpretaram e reinterpretaram algo tão tradicional como as bolsas da Louis Vuitton. A ideia é justamente essa mesmo, subverter!!.. fazer algo completamente fora da caixinha. Ora, se fosse pra fazer algo comercial, como a Le Postiche, chamariam designers boriiiiiingggg (daqueles que adoram um “inspiring” por aí – e que aliás é triste, quase uma ofensa para a classe, serem chamados de designers). Já que é pra recriar e obviamente fugir do tradicional, tem que fazer o diferente. O comum fica pra nós, reles e pobres mortais, já que o público alvo dessas peças, obviamente não somos nós e sim o$ con$sumidores reai$ (ou euros, r$r$r$) e que sabem apreciar um bom projeto de design, do contrário não seriam limitadas. E é bacana entender o processo de criação por qual passa uma coleção toda ou uma peça que seja, antes de sair espalhando marmotisses por aí! hahahahahahah
    Triste mesmo é quando a pessoa “ama muódas” mas não sabe quais as engrenagens por trás dela. Filha, vc ama mesmo roupa, ficar combinandinho as roupinhas normaizinhas e que todo mundinho vai ficar usandinho. Amar o design, o processo de criação e todas as engrenagens que movem a moda e a economia/política/social que as envolvem, e principalmente, compreendê-las, são ouuuutros 500. Então vamos estudar, antes de criticar?
    Beijos me liga
    (ganhando haters em 3, 2…)

    • Natti
      13 out 2014 // 10h52

      Deslumbre nao é design

    • 13 out 2014 // 12h42

      E concordo com vc nesse ponto Gabriela, acho que essa parceria tem um significado muito além do comercial feioxbonito. Ela é representativa pro meio artístico e até fortalece o meio da moda. Acehi bem legal a iniciativa (que já foi feita pela própria lv na década de 90 com outra leva de artistas)
      bjs!

  5. Gabriela
    13 out 2014 // 13h00

    Poxa eu até gostei muito da bolsa com as figurinhas e o lacinho da Rei Kfjadfakf$5, e muuuito da bolsa normal sem ser o carrinho de feira do Loubinho, mas realmente as parcerias ficam um pouco fora da realidade de seres humanos normais…
    Já imagino Anna Dello Russo em alguma fashion week desfilando o carrinho de feira, é muito a cara dela, mas juro que toda vez que eu a vejo eu lembro do filme Pryscilla a Rainha do Deserto kkkkk, acho o jeito caricato de se vestir já virou trademark dela.
    Bjs The!

  6. Bia
    14 out 2014 // 12h15

    E so por que é artístico e ousado tem que ser feio? Aliás… Você ja postou muita coisa que eu considerei feia aqui mas aceitei bem, consegui digerir, achei interessante e justificável! Mas isso? O projeto de Loubotin parece um desafio mal cumprido do Project Runway. Ficou uma coisa sem unidade, com carinha de trabalho de escola. Um pavor! Acho que quem compreendeu bem a ideia foi o arquiteto. Ficou MUITO legal o projeto dele. Não é usável. Mas ate ai, nao é comprável também. So que a gente engole, observa o cuidado. Através da peça entendemos por que o cara foi chamado pela LV. A peça expressa a qualidade do designer. Diferente daquele trabalho seboso apresentado por Loubotin. A japonesa também foi criativa. Os rasgos na bolsa dão ao menos no que pensar. Mas isso sou eu tentando tirar leite de pedra. Quando você começou a falar sobre o projeto no post eu tava esperando novas versões do monograma. Imagina como seria legal! Sabe Mauricio de Sousa quando chamou 50 artistas e os deu carta branca pra recriar a turma da Mônica? Era aquilo que eu estava esperando. (Comparação meio nada a ver, mas foi o que me ocorreu aqui).
    Enfim… Achei desperdício de oportunidade. Dava pra ter sido incrível isso ai.

  7. 14 out 2014 // 18h16

    Achei bem ousada e diferente a coleção! Mas não sei se é pelo simbolismo ou influência da marca, mas gostei e queria uma mochila dessa!

    http://destinofeliz.wordpress.com/2014/10/14/hamburguer-em-paris-le-camion-que-fume/