Moda  •  02 jun 2008

“A moda desaparece, o estilo é eterno”

Estava esperando a noite chegar para ter um momento livre para falar da morte de Yves Saint Laurent. Procurei minhas fichas do primeiro período da faculdade de moda pra ler o resumo que fiz dele na época, 4 anos atrás. Mas antes de qualquer conhecimento didático, qualquer menina “convivia” com YSL, seja pela admiração passada pelas nossas mães ou seja pelos frascos de perfumes lindos e, obviamente, cheirosos que ele criava. Seu nome todo pomposo, sempre foi sinônimo de luxo e bom gosto. Do leigo ao expert, todos conheciam YSL.

Quando substituiu Christian Dior aos 21 anos de idade, a moda tomou um novo rumo e saiu dos patamares destinados apenas à alta sociedade. Com sua juventude, deu um novo status à condição da criação da moda e ditou tendências, uma atrás da outra. Ele democratizou a moda e aliou o haute couture à uma nova coleção, então chamada de prêt-à-porter (pronto para levar, ready to wear), que “popularizou” a moda sem deixar de mantê-la com ares de arte. Além disso fez com que a moda se transformasse no negócio milionário que é hoje, através do comércio de roupas que antes, com a haute couture, era muito pequeno e restrito.

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Documentário “Yves Saint Laurent, Tout Terriblement”

Mas acima de qualquer coisa, YSL era um devoto da mulher. Foi graças a ele que a mulher mudou seu modo de vestir. Com seu estilo visionário, transformou as roupas das mulheres em peças mais modernas e fez com que elas passassem a usar calças, de dia ou de noite, acabando assim com um preconceito da época no qual a mulher só podia usar vestido ou saia. Além disso criou a jaqueta safári, trench-coats, botas longas de salto alto e roupas transparentes. Sua peça mais célebre, foi a “Le Smoking”, um smoking criado em 1966 para as mulheres, unindo a androginia com feminilidade.

Nos 6 anos que passou na Maison Dior e depois com sua própria maison, YSL sempre foi um transgressor, sempre na vanguarda da moda. Lançou peças que são inesquecíveis e foi o primeiro estilista no mundo a exibir seus trabalhos em um museu – o Louvre, em Paris. Prestou homenagem à artistas como Mondrian, Picasso, Andy Warhol e Roy Lichetenstein.

Suas campanhas publicitárias eram marcantes, e inclusive o próprio tirou a roupa e lançou o perfume Opium em1977, dando liberdade de expressão à moda usada pelos hippies. Loulou de la Falaise, Catherine Deneuve e Laetitia Casta eram uma de suas divas e musas inspiradoras.

Em 1999, YSL vendeu sua marca pro milionário Francois Pinault (marido da Salma Hayek), e em 2002 YSL se aposentou pra se dedicar exclusivamenta ao seu Instituto. Em 2000, Tom Ford assumiu a marca e desde 2004 quem é o diretor criativo é o italiano Stefano Pilati.

Laetitia Casta, Catherine Deneuve, Carla Bruni, Eva Herzigova, Naomi Campbell e Jerry Hall na despedida do mestre.

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2 comentários em "“A moda desaparece, o estilo é eterno”"
  1. alinecastro10
    04 jun 2008 // 11h10

    Thê,
    Quero te agradecer por essa matéria sobre YSL, pois estou até emocionada com toda essa trajetória de vida e é bom relembrar a história desse marco da moda.
    Tenho certeza que foi uma grande perda e vai nos deixar um vazio e muitas saudades.
    Bjs

  2. 04 jun 2008 // 13h47

    Oi Aline,
    Que bom que você gostou!
    Realmente a história dele para a moda é um marco.
    Antes YSL, depois YSL.

    BEIJOS!!