Tom e Vinícius tinham um ponto quando cantaram a célebre música A Felicidade, “Tristeza não tem fim, felicidade sim. A felicidade é como uma pluma, que o vento vai levando pelo ar, voa tão leve, mas tem a vida breve…”.
Não, esse não é um post deprê, muito que pelo contrário, li uma reflexão tão bacana no Goop (o site de lifestyle da Gwyneth Paltrow) e me veio primeiro a lembrança dessa música e depois a ressignificação de palavra felicidade.
O tema surgiu no podcast entre Oprah e Gwyneth, ou seja, sente o poder da conversa e a apresentadora foi categórica, “’Felicidade’ não é nem mesmo uma palavra que eu uso para mim, pois a felicidade parece temporal” e o tema seguiu com a escritora Ingrid Fetell Lee, sugerindo que, ao invés de procurarmos felicidade, que busquemos joy, aka alegria e prazer. “Antes de começar a pesquisar a alegria, eu a via como essa coisa intangível e efêmera que simplesmente passa flutuando por nós. E quanto mais eu mergulhava nisso, mais eu percebia que, culturalmente, buscamos a felicidade de forma implacável, mas negligenciamos a alegria”. E sim, há uma diferença entre felicidade e alegria.
Segundo Ingrid, “Felicidade é uma avaliação ampla de como nos sentimos sobre nossas vidas, e isso é frequentemente medido ao longo do tempo. A felicidade inclui muitos fatores diferentes: Como nos sentimos em relação ao nosso trabalho, se sentimos que temos um senso de significado e propósito. Como nos sentimos sobre a nossa saúde e também sobre nossos relacionamentos. Todos esses fatores diferentes entram em saber se estamos felizes ou não”. E ela completa, “a felicidade pode às vezes ser um pouco vaga”
E sobre a alegria e prazer, que pra mim sintetizam a adorável palavra JOY em questão, “a alegria é muito mais simples e imediata. Os psicólogos definem a alegria como uma experiência momentânea intensa de emoção positiva. Pode ser medido através da expressão física direta. Então, a sensação de sorrir, rir e querer saltitar. Temos esse sentimento quando algo nos dá uma faísca de alegria. E ela sintetiza: a felicidade é algo que medimos ao longo do tempo. Alegria é sentir-se bem no momento, e é realmente sobre esses pequenos e simples momentos.
E justamente nessa última frase que eu quero chegar e convergir com o nosso papo sobre mindfulness e viver O-MOMENTO-PRESENTE. Enquanto a busca pela felicidade requer tempo, planejamento, expectativa, ansiedade e até mesmo decepção, alegria é o agora, sãos os simples gestos e pequenos momentos que fazem a diferença. Quando a gente olhar pra trás, os tais momentos de felicidade se tornarão algo grande e importante na nossa memória, enquanto a felicidade… bom, a felicidade às vezes de fato pode ser um pouco vaga.
E a alegria tem a ver com bem-estar? Ingrid afirma que sim e de uma maneira importante e profunda, “pesquisas mostram que experimentar pequenos momentos de alegria regularmente reduz o estresse. Quando passamos por algo muito estressante, se tivermos um momento de alegria, pode realmente acelerar a recuperação física do estresse também. Com o tempo, isso pode ter um efeito positivo no sistema cardiovascular. A alegria foi até conectada em alguns estudos à longevidade”.
Sabia que as pessoas são até 12% mais produtivas quando sentem – E VALORIZAM – essas pequenas alegrias do cotidiano? E vamos falar de beleza, afinal “a alegria é uma emoção contagiante e uma das descobertas mais intrigantes é que a alegria nos torna mais atraentes fisicamente. Os cientistas descobriram que, quando rostos supostamente de aparência normal estão sorrindo, as pessoas os classificam como mais atraentes do que rostos “bonitos” que não estão sorrindo. Então, quando exibimos alegria, acabamos atraindo pessoas”. Sei que tudo isso pode parecer muito simples, filosófico ou hipotético, mas depois de desconstruir as palavras e entender seus significados, valorizo mais a alegria de agora do que a felicidade do futuro.
Acho que no final das contas essa reflexão é válida e é cada vez mais importante aproveitarmos o momento presente, buscar pelos simples prazeres da vida e que tudo isso sim, pode representar a felicidade como um todo. Fiquei super feliz lendo essa matéria e alinhando com minhas visões, a Ingrid tem um livro chamado “Joyful – O Poder Surpreendente das Coisas Ordinárias para Criar Felicidade Extraordinária”, no qual ela compartilha argumento convincente para a busca da alegria, “momentos alegres podem ser fugazes, mas eles não são necessariamente uma força passiva. Você pode ativamente envolvê-los em seu dia, em sua vida e sintonizá-los ao seu redor”, deu vontade de ler!
E vocês, já pensaram em desmembrar esse ato de felicidade com momentos de alegria e prazer?